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06 Inovações introduzidas em período de Guerra no nosso cotidiano - Parte 01

As Guerras sempre serão eventos de dores e sofrimento, porém, essas fomentam a indústria tecnológica, criando máquinas e serviços que acabam sendo incorporados pela população civil, anos ou décadas mais tarde.


Confira, a seguir, algumas invenções desenvolvidas durante esses períodos tensos e repletos de explosões.


  1. Absorventes Íntimos

 

No século XIX, as mulheres improvisavam todo tipo roupas íntimas descartáveis ​​ou laváveis ​​para lidar com sua menstruação: panos menstruais feitos de flanela, lã ou algodão eram os mais comuns. Nos catálogos das lojas ofereciam-se calções de borracha impermeáveis e laváveis.

 

Em 1914, pouco antes de estourar a Primeira Guerra Mundial, os executivos da Kimberly-Clark durante uma viagem pela Europa descobriram um material feito de polpa de madeira processada que era cinco vezes mais absorvente do que o algodão e custava a metade para ser produzido.


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No decorrer da guerra, com a escassez de algodão, a empresa passou a fabricar curativos cirúrgicos com aquele enchimento que foi registrado com o nome de Cellucotton. O produto foi um sucesso nos hospitais militares.

 

As enfermeiras da Cruz Vermelha, no entanto, encontraram outro uso para o Cellucotton: para a higiene íntima durante o ciclo menstrual. Terminada a guerra, a Kimberly-Clark recomprou o excesso de Cellucotton dos militares e, em 1920, lançou os absorventes higiênicos Kotex (junção das palavras inglesas cotton, algodão, e texture, textura, significando “textura de algodão).

 

O Kotex era feito de 40 camadas de Cellucotton embrulhadas à mão em gaze fina. Apesar da dificuldade em anunciar o produto (as revistas e catálogos inicialmente se recusaram a publicá-lo), o Kotex não demorou para se popularizar. Sua publicidade focava nas conquistas femininas da década prometendo à mulher autonomia, uma vida mais ativa fora de casa e trabalhar sem constrangimento.


  1. Zíper


 A invenção do zíper é anterior à Primeira Guerra, mas foi este conflito mundial que demonstrou sua praticidade e eficiência disseminando-o na indústria e comércio. A patente do zíper foi registrada em 1893 pelo inventor americano Whitcom Judson com o nome de clasp-locker, “fecho-cadeado”. Foi apresentado como um fecho para sapatos e botas de cano alto e sugerido para espartilhos, luvas e malas. Judson tentou fabricar seu invento, mas os fabricantes de roupas mostraram pouco interesse no fecho.


Em 1913, o fecho de Judson foi aprimorado e simplificado pelo engenheiro sueco-americano Gideon Sundback. Em 1918, uma empresa que fabricava macacões para os pilotos da Marinha dos Estados Unidos encomendou milhares de fechos de Sundback. Logo, uma fabricante de galochas de borracha também fez encomendas do fecho, chamando o novo design de “zíperes”. O nome pegou e o zíper se popularizou em botas e bolsas de tabaco. Mas ainda levariam quase trinta anos para o zíper ser utilizado na indústria da moda, especialmente feminina, por ser considerado um acabamento de costura de mau gosto e de uso não recomendado às mulheres “respeitáveis”, pela facilidade de se despir.


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  1. Chá de Saquinho

 

O chá em saquinho também surgiu durante a Primeira Guerra. A fabricante alemã de chá Teekanne (que significa “bule” em alemão) lançou em 1912 a marca Teefix que forneceu aos soldados e civis as chamadas tee bombe, “bombas de chá”, uma porção de chá em pequenos saquinhos de gaze feitos à mão. Mais práticos de usar, indo diretamente para a xícara e sem desperdício, as tee bombe fizeram sucesso.


Esses saquinhos foram os precursores do saquinho de chá moderno.


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  1. Banco de Sangue

 

Antes da Primeira Guerra, os médicos raramente realizavam transfusões de sangue. O sangue de um paciente tinha que ser transferido diretamente para outro, porque coagularia se deixado fora do corpo por muito tempo. No entanto, após a descoberta de diferentes tipos de sangue e a capacidade da refrigeração em prolongar a vida útil do sangue possibilitaram a realização de transfusões mais seguras.

 

Em 1917, o médico Oswald Hope Robertson, do Exército dos Estados Unidos, foi chamado para integrar equipes médicas na França. A perda de sangue no campo de batalha era uma das principais causas de morte, e os médicos franceses e britânicos estavam experimentando novas técnicas de transfusão. Contudo, as condições do campo de batalha não permitiam os procedimentos diretos e delicados que os hospitais usavam.

 

Robertson propôs ao corpo médico procurar voluntários, geralmente soldados levemente feridos, com sangue tipo O, que poderia ser administrado com segurança à maioria dos soldados. Cada um doaria cerca de dois copos de sangue, que seriam colocados em uma garrafa e tratados com citrato de sódio, comprovado como um anticoagulante eficaz. As garrafas foram embaladas com serragem e gelo, o que ajudou a preservar o sangue por até 28 dias.

 

O resultado foi o primeiro “depósito de sangue” — o precursor do moderno banco de sangue — em 1917. O sistema foi testado na Batalha de Cambrai, na Frente Ocidental. Nem todos os soldados que receberam as transfusões do depósito de sangue sobreviveram. Mas em março do ano seguinte, os hospitais das Forças Expedicionárias Americanas estavam convencidos da utilidade dos depósitos e adotaram oficialmente o método de Robertson.


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  1. Método Pilates de Condicionamento Físico

 

Joseph Hubertus Pilates era um fisiculturista alemão que trabalhava como artista de circo e boxeador na Grã-Bretanha quando a guerra eclodiu. Considerado inimigo, ele foi detido e internado com outros cidadãos alemães no Castelo de Lancaster. Durante os mais de três anos em que esteve internado, Pilates desenvolveu um método de fortalecimento muscular por meio de alongamentos e movimentos físicos lentos e precisos que ele chamou de “Contrologia”.

 

Seu método ajudou na reabilitação de internados acamados, colocando molas e correias em suas cabeceiras e estribos para treinamento de resistência.

 

A “Contrologia” estimula o uso da mente para controlar os músculos e e fornecer suporte para a coluna vertebral fortalecendo os músculos abdominais. Os exercícios de Pilates ensinam a consciência da respiração e do alinhamento da coluna possibilitando flexibilidade, força e resistência.

Alguns dos primeiros usos do método de Pilates incluíram a reabilitação de veteranos gravemente feridos.


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  1. Leite Condensado


 A verdadeira história do leite condensado começa em 1856, da tentativa de desidratar leite comum. A Anglo Swiss Condensed, primeira fábrica criada especialmente para produzir leite condensado, surgiu em 1867 na Suíça. A Nestlé iniciou a fabricação de leite condensado no mesmo ano.


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Em 1905, as duas empresas se juntaram e nasceu a Nestlé & Anglo Swiss Condensed Milk Co.  A embalagem do produto apresentava um camponesa suíça do século XIX e o produto foi batizado como “La Laitiére” (vendedora de leite em francês).

 

Em todos os países para onde foi exportado, procurou-se um nome equivalente – sempre associado a figura da camponesa com seus baldes de leite. Em espanhol, por exemplo, foi adotada a marca “La Lechera” e na língua inglesa “Milkmaid“.

 

Foi como “Milkmaid” que primeiros carregamentos de leite condensado chegaram ao Brasil, em 1890, como uma alternativa ao leite fresco, cujo abastecimento era problemático.  O produto era vendido nas drogarias e logo virou “leite da moça“.

 

Em 1921 a Nestlé abre sua primeira fábrica, na cidade de Araras – no interior de São Paulo, onde começou a produzir o produto adotando o nome criado pelos consumidores “Leite Moça”.

 

Da trincheira para a cozinha 

 

Foi após a 2ª Guerra Mundial que o produto chegou à cozinha. Se antes era usado como substituto do leite integral, o leite condensado passa a ser o principal ingrediente no preparo de doces e sobremesas. 


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  1. Continua na próxima edição....

 

 

(Fonte: Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues/ Diário do Norte/ Recreio Uol)



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