O que podemos aprender com os Supertoscanos para nos adaptarmos as mudanças climática?
- Flávia Gomes Mourão

- 30 de set.
- 2 min de leitura
Hoje o tema é complexo...
No final da década de 60, começo da de 70 foi criada na Toscana a DOC (Denominação de Origem Controlada) Chianti determinando como se deveria produzir vinhos em uma determinada região. Para se ter seus vinhos certificados todos os produtores locais deveriam usar as mesmas uvas italianas (Sangiovese com partes de Canaiolo e Malvasia).
Entretanto, tanto as famílias Antinori e Incisa della Rochetta (primos) já estavam trabalhando com algumas cepas francesas, em especial a Cabernet Sauvignon. Juntando-se a essa ideia chegou-se o inovador enólogo Giacomo Tachis criando-se um estilo de vinho único copiado pelo mundo.
Essa “ousadia” não permitia que esses vinhos fossem comercializados sob a denominação da DOC (e eles nem queriam isso...) e, assim, os Supertoscanos se tornaram tão famosos quanto a DOC Chianti conhecidos pelos seus nomes: Sassiacaia, Tignanello, Solaia, Ornellaia, Siepi entre outros, não por sua região de origem
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Eles não possuem o sobrenome DOC e existem pela força de seus nomes próprios. Não existe nenhum apreciador de vinho que não os conheça e desejam ter esses “rótulos” em suas adegas.
E o que isso tem a ver com as mudanças climáticas?
Em minha percepção, as mudanças climáticas são inevitáveis e precisamos nos adaptar à elas. Regiões vinícolas na Inglaterra e no Brasil onde no passado seria impensável de se produzir vinho, hoje produzem e com qualidade.
Recentemente li um artigo onde a Château Lafleur, uma grande casa francesa, irá abandonar as denominações de origem AOC Pomerol e AOC Bordeaux. A partir deste ano receberão a designação Vin de France, vinho da França.
Eles tomaram essa decisão pois seguir as normas rígidas das denominações estava tornando impossível a produção do vinho. As mudanças climáticas estão exigindo alterações no manejo das vinhas e outros experimentos não são permitidas pela regulamentação das AOCs. O Château já anunciou que teve que adotar técnicas de irrigação já na safra atual para contornar a severa seca e ondas de calor da região.
Acredito que veremos outros grandes Château ou Casas abandonando as regras das DOCs, AOCs, etc. mas isso não é o final dos tempos para o mundo do vinho. Talvez seja um novo recomeço que nos trarão grandes surpresas assim como os Supertoscanos.

E quais são as principais harmonizações com os Supertoscanos??? Esses vinhos com sua estrutura firme, bons taninos, alta acidez, aromas de frutas negras, especiarias, couro, tabaco e corpo de médio a encorpados, harmonizam super bem com o sabor intenso da gordura de um belo cordeiro. Também se dão bem com queijos curados como um pecorino ou um parmesão tradicional.





Show!
Amando vinhos!!!